Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa (2015)

Totalmente inspirado em uma viagem para Cabo Verde e Angola, o disco traz artistas dos países africanos e participações de nomes como Vanessa da Mata e Caetano Veloso. Em 2016, rendeu a Emicida uma indicação ao Grammy Latino na categoria melhor álbum de música urbana.

Faixas

  1. Mãe| letraPart. Anna Tréa e Dona Jacira (Emicida/Dj Duh/Renan Inquérito/Dona Jacira)
    Um sorriso no rosto, um aperto no peito
    Imposto imperfeito, tipo encosto estreito
    Banzo, vi tanto por aí
    Pranto de canto, chorando, fazendo os outro rir
    Num esqueci da senhora limpando chão
    Desses boy cuzão, tanta humilhação
    Num é vingança, hoje é redenção
    Uma vida de mal me quer, não vi fé
    Profundo, ver o peso do mundo nas costas de uma mulher
    Alexandre no presídio, eu pensando em suicídio
    Aos oito anos, moça
    De onde cê tirava força?
    Orgulhosão, de andar com os ladrão, trouxa
    Recitando Malcolm X, sem coragem de lavar uma louça
    Papo de quadrada, doze, madrugada, pose
    As ligação que não fiz tão chamando até hoje
    Dos rec no Djose ao hemisfério norte
    O sonho é um tempo onde as mina não tenha que ser tão forte

    REFRÃO
    Nossas mãos ainda encaixam certo
    Peço anjo que me acompanhe
    Em tudo eu via a voz de minha mãe
    Em tudo eu via nóiz
    A sós nesse mundo incerto
    Peço anjo que me acompanhe
    Em tudo eu via a voz de minha mãe
    Em tudo eu via nóiz

    Outra festa, meu bem
    Tipo Orkut, mais de mil amigos e não lembro de ninguém
    Grunge, Alice in Chains
    Onde ou você vive Lady Gaga ou morre Pepe e Neném
    Luta diária, fio da navalha, marcas várias
    Senzalas, cesáreas, cicatrizes
    Estrias, varizes, crises
    Tipo Lulu, nem sempre é so easy
    Pra nóiz, punk
    É quem amamenta enquanto enfrenta a guerra, os tanque
    As roupa suja, vida sem amaciante
    Bomba a todo instante
    Num quadro ao léu, que é só enquadro e banco dos réu
    Sem flagrante
    Até meu jeito é o dela
    Amor cego escutando com coração a luz do peito dela
    Descreve o efeito dela
    Breve, intenso, imenso a ponto de agradecer
    até os defeito dela
    Esses dia achei na minha caligrafia tua letra
    e as lágrima molha a caneta
    Desafia, vai dar mó treta
    Quando disser que vi Deus
    e ele era uma mulher preta

    REFRÃO

    O terceiro filho nasceu
    É homem
    Não, ainda é menino
    Miguel bebeu por três dias
    de alegria
    Eu disse que ele viria, nasceu
    E eu nem sabia como seria
    Alguém prevenia
    Filho é pro mundo
    Não
    O meu é meu
    Sentia necessidade de ter algo na vida
    Buscava o amor nas coisas desejadas
    Então pensei que amaria muito mais alguém que saiu de dentro de mim
    E mais nada
    Me sentia como a terra: sagrada
    E que barulho, que lambança
    Saltou do meu ventre, contente, parecia dizer
    “É sábado, gente!”
    A freira que o amparou tentava reter seus dois pezinhos, sem conseguir
    Ela dizia “mas que menino danado”
    “Como vai chamar ele, mãe?”
    Leandro

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participações especiais: Anna Tréa e Dona Jacira
    Arranjador: Dj Duh
    Violão: Doni Jr.
    Programações: Dj Duh e Rafael Tudesco
    Samples: Rafael Tudesco
    Guitarra e coro: Anna Tréa
    Baixo: Samuel Bueno
    Rhodes, samples e vocais: Xuxa Levy

    Gravado no estúdio Mixnova Studio por Mauricio Cersosimo e Alejandra Luciani
  2. 8| letra(Emicida/Rafael Tudesco/Xuxa Levy/Dj Nyack)
    Tipo Central do Brasil, eu vou sozim
    Os passo é o que faz o camim
    Louvor pixaim, Ewe, axé, Osain, oi
    A trilha dos outros vai só até onde os outro já foi
    De oreia seca a oreia quente
    Saudade de passar batido tipo a morte dos inocente
    Cabeça fria, coração fervente
    Há trinta ano, todo ano é ano da serpente
    Não era amor, era cilada
    As voz que num era nóiz levou multidões pro nada
    O fardo é foda, não é conto de fada
    Combinação explosiva, mente subversiva, cor de madrugada
    Terra do alisa e tinge, finge
    Que segregação é ficção tipo Fringe
    Assim rancaram o nariz da esfinge (maluco)
    Cabô essa porra de o que vem de baixo não te atinge (truco)

    REFRÃO
    Entre o sucesso e a lama
    Que que é isso aqui, que loucura?
    Entre o sucesso e a lama
    Pobre, nasci com pouca sorte
    Entre o sucesso e a lama
    Um preto vê mil chances de morrer
    Entre o sucesso e a lama
    Quem não se acostumar com o sistema enfrenta eles

    Se pã, meninos perdidos, Peter Pan
    Num tempo de consumo absurdo
    Ninguém é de ninguém, todo mundo quer tudo
    Gente, ceis inda são um alto do Gil Vicente
    Na matilha os lobo chega uiva
    Queda da Bastilha, o sangue brilha igual pelo das ruiva
    Na falta de Machado de Assis, de Xangô
    Vai sobrar martelo de juiz, de doutor
    A tristeza deforma os rosto aqui
    Entre o que não te deixa sonhar e o que não te deixa dormir
    Cicatriz, Dr. Doom, gibi
    Criei meu mundo tipo Raphael Dracoon e sumi
    Nóiz nunca entendeu essa história manca
    Sangue índio, suor preto e as igreja branca?
    Jogando na retranca
    Querendo que os menor respeita
    os professor que a polícia espanca

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Arranjadores: Xuxa Levy e Rafael Tudesco
    Bateria: Joel Inga
    Guitarra: Texas
    Baixo: Mayó Bass
    Percussão: Yaniki, Carlos Café e Julio César
    Scratches: Dj Nyack
    Teclado, vozes, programações e hammond: Xuxa Levy

    Gravado no Letras e Sons por Valdemar Vilela (Angola), Estúdio Milionário dos Sonhos por Emicida e no Mixnova Studio por Mauricio Cersosimo e Alejandra Luciani.
  3. Casa| letra(Emicida/Xuxa Levy/Ogi)
    Lá fora é selva, a sós entre luz e trevas
    Nóiz presos nessas fases
    de guerra, medo e monstros, tipo Jogos Vorazes
    É pau, é pedra, é míssil
    E crer é cada vez mais difícil
    Entende um negócio, nunca foi fácil
    Solo não dócil, esperança fóssil
    O samba deu conselhos – ouça
    Jacaré que dorme vira bolsa
    Amor, eu disse no começo
    é quem tem valor versus quem tem preço
    Segue teu instinto que ainda é Deus e o Diabo na Terra do Sol
    onde a felicidade se pisca é isca
    e a realidade trisca, anzol
    Corre

    REFRÃO
    O céu é meu pai
    A terra mamãe
    E o mundo inteiro é tipo a minha casa

    Aos quinze o Saara na ampulheta
    Aos trinta tempo é treta
    Rápido como um cometa
    Hoje a fé numa gaiola e o sonho na gaveta
    Foi pelo riso delas que vim no mesmo camim, por nóiz
    Tipo Mágico de Oz, meu coração é tamborim, tem voz
    Sim, inda bate veloz
    Entre drones e almas, flores e sorte
    Se não me matou, me fez forte
    O caos como cais, sem norte
    Venci de teimoso, zombando da morte
    Sem amor uma casa é só moradia
    De afeto vazia, tijolo e teto, fria
    Sobre chances, é bom vê-las
    Às vez se perde o telhado pra ganhar as estrelas
    Tendeu?

    REFRÃO

    A gente já se acostumou
    Que a alegria pode ser breve
    Mostra o sorriso, tenha juízo
    A inveja tem sono leve
    À espreita pesadelos são
    como desfiladeiros, chão
    Em brasa
    Nunca se esqueça o caminho de casa

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Arranjador: Xuxa Levy
    Coro: Pop Black, Sabrina Cersósimo, Amanda Lopes e Xuxa Levy
    Samples, berimbau, percussão, theremin, teclados e programações: Xuxa Levy
    Coro infantil: Alunos da escola Penta Grana

    Gravado no Kapital Estudios (Cabo Verde) e no Mixnova Studio por Mauricio Cersosimo e Alejandra Luciani.
  4. Amoras| letra(Emicida/Xuxa Levy)
    Amoras (Emicida/Xuxa Levy)
    BRX6F1500007 - Laboratório Fantasma

    Mas como o pensar infantil fascina
    De dar inveja, ele é puro que nem Obatalá
    A gente chora ao nascer, que é se afastar de Alá
    Mesmo que a íris traga a luz mais cristalina

    Entre amoras e a pequenina
    Eu digo: as pretinhas são o melhor que há
    Doces, as minhas favoritas brilham no pomar
    Eu noto logo se alegrar os olhos da menina

    Luther King vendo cairia em pranto
    Zumbi diria que nada foi em vão
    E até Malcolm X contaria a alguém
    Que a doçura das frutinhas, sabor acalanto
    Fez a criança sozinha alcançar a conclusão
    “Papai, que bom! Porque sou pretinha também”


    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Arranjador: Xuxa Levy
    Sintetizador e kalimba: Xuxa Levy

    Gravado no Flap C4 por Gabriel de Barros
  5. Mufete| letra(Emicida/Xuxa Levy)
    Mufete (Emicida/Xuxa Levy)
    BRX6F1500008 - Laboratório Fantasma

    REFRÃO
    Rangel, Viana, Golfo, Cazenga, pois
    Marçal, Sambizanga, Calemba 2

    One luv, amor pu ceis (sério)
    Djavan me disse uma vez
    Que a terra cantaria ao tocar meus pés
    Tanta alegria fez brilhar minha tez
    Arte é fazer parte, não ser dono
    Nobreza mora em nóiz, não num trono
    Logo somos reis e rainhas, somos
    Mesmo entre leis mesquinhas vamos
    Gente, só é feliz
    Quem realmente sabe que a África não é um país
    Esquece o que o livro diz, ele mente
    Ligue a pele preta a um riso contente
    Respeito sua fé, sua cruz
    Mas temos duzentos e cinquenta e seis odus
    Todos feitos de sombra e luz, bela
    Sensíveis como a luz das velas
    Tendeu?

    REFRÃO

    Tá na cintura das mina de Cabo Verde
    E nos olhares do povo em Luanda
    Nem em sonho eu ia saber que
    Cada lugar que eu pisasse daria um samba
    Numa realidade que mói
    Junta com uma saudade que é mansinha, mas dói
    Tanta desigualdade, as favela, os boy
    Atrás de um salário, uma pá de super-herói
    Louco tantos Orfeus trancados
    Nos contrato de quem criou o pecado
    Dorme igual flor num gramado
    E um vira-lata magrinho de aliado
    Brusco pick o cantar de pneus
    Dizem que o diabo veio nos barcos dos europeus
    Desde então o povo esqueceu
    Que entre os meus todo mundo era Deus

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Arranjador: Xuxa Levy
    Coro: Anna Tréa e Doni Jr.
    Bateria: Joel Inga
    Guitarra: Texas
    Baixo: Mayó Bass
    Percussão: João Morgado e Yaniki
    Teclado e programações: Xuxa Levy

    Gravado no Estúdio Letras e Sons por Valdemar Vilela (Angola) e no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani
  6. Baiana| letraPart. Caetano Veloso (Emicida/Dj Duh)
    Baiana (Emicida/Dj Duh)
    BRX6F1500009 - Laboratório Fantasma

    Baiana, cê me bagunçou
    Pirei em tua cor, nagô, tua guia
    Teu riso é Olodum a tocar no Pelô
    Dia de Femadum, tambor, alegria
    Se me lembra malê, gosto pra valer
    Dique do Tororó, império Oyó
    A descer do Orum, bela Oxum
    Cujo igual não há em lugar nenhum
    O branco da areia da lagoa de Abaeté
    Tá no seu sorriso, meu juízo perde o pé
    O canto da sereia vem de boa, eu à toa é
    Prejuízo, pretinha, briso nesse axé

    REFRÃO
    Minha cabeça ficou loca
    Só com aquele beijinho no canto da boca
    Loca, loca, loca
    Só com um bejim, com bejim

    Baiana, é bom te ter aqui
    Na Salvador de cá, Salvador Dali
    Bahia pela mão de mestre Didi
    No sol de escurecer o tom dos Cariri
    É mito Yorubá, bonito, pode pá
    Água de Amaralina, gota de luar
    Deleite ocular, rito de passar
    Me lembrou Clementina a cantar
    Dois de fevereiro, dia da rainha
    Que pra uns é branca, pra nóiz é pretinha
    Igual Nossa Senhora, padroeira minha
    Banho de pipoca, colar de conchinha
    E a pagodeira em linha da ribeira
    Cajazeiras, baixa do tubo, tudo
    Firme forte na ladeira
    Uma pá de cor me lembrou Raimundo de Oliveira
    Meu coração, tua posição, a primeira

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participação especial: Caetano Veloso
    Arranjadores: Dj Duh e Emicida
    Percussão: Márcio Brasil, Cobra, Emicida e Gustavo Di Dalva
    Violão: Dedé
    Programações e teclados: Dj Duh
    Pianos rhodes: Xuxa Levy

    Gravado no Flap C4 Estúdio por Gabriel Barros, Estúdio Milionário dos Sonhos por Emicida e no Mixnova Studio por Mauricio Cersosimo e Alejandra Luciani
  7. Passarinhos| letraPart. Vanessa da Mata - Artista gentilmente cedida por Sony Music/Jabuticaba (Emicida/Xuxa Levy)
    Passarinhos (Emicida/Xuxa Levy)
    BRX6F1500010 – Laboratório Fantasma

    Despencados de voos cansativos
    Complicados e pensativos
    Machucados após tantos crivos
    Blindados com nossos motivos

    Amuados, reflexivos
    E dá-lhe antidepressivos
    Acanhados entre discos e livros
    Inofensivos

    Será que o sol sai pra um voo melhor
    Eu vou esperar, talvez na primavera
    O céu clareia e vem calor, vê só
    O que sobrou de nóiz e o que já era

    Em colapso o planeta gira, tanta mentira
    Aumenta a ira de quem sofre mudo
    A página vira, o são delira, então a gente pira
    E no meio disso tudo

    Tamo tipo

    REFRÃO
    Passarinhos soltos a voar dispostos
    A achar um ninho, nem que seja no peito um do outro

    Laiá, laiá, laiá, laiá
    Laiá, laiá, laiá, laiá
    Laiá, laiá, laiá, laiá
    Laiá, laiá, laiá, laiá

    A Babilônia é cinza e neon, eu sei
    Meu melhor amigo tem sido o som, ok
    Tanto carma lembra Armageddon, orei
    Busco vida nova tipo ultrassom, achei
    Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense
    Competição em vão, que ninguém vence
    Pense num formigueiro, vai mal
    Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus
    No pé que as coisas vão, jão
    Doideira, daqui a pouco resta madeira nem pros caixão
    Era neblina, hoje é poluição
    Asfalto quente queima os pés no chão
    Carros em profusão, confusão
    Água em escassez bem na nossa vez
    Assim não resta nem as barata
    Injustos fazem leis e o que resta pro ceis?
    Escolher qual veneno te mata
    Pois somos tipo

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participação especial: Vanessa da Mata (Artista gentilmente cedida por Sony Music/Jabuticaba)
    Arranjador: Xuxa Levy
    Baixo: Vando Alberto
    Bateria: Ndu Carlos
    Guitarra: Kaku Alves
    Complementos, teclados, ukulele e programações: Xuxa Levy

    Gravado no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani e no Kapital Estudios
  8. Sodade| letra(Neusa Semedo)
    [Crioulo cabo-verdiano]

    Iiiaaaa, aiiiaaaaiaaaa
    Iiiaaaa, aiiiaaaaiaaaa
    Iiiaaaaia
    aa , iiiaaaaia a

    Ai, sodade ki nka podi kual
    Iiiaaaa, aiiiaaaaiaaaa
    Iiiaaaa, aiiiaaaaiaaaa
    Iiiaaaaia, iiiaaaaia
    Ai
    ia ai Sin sabeba fica di patrás


    Ficha técnica
    Voz: Neusa Semedo
  9. Chapa| letraPart. Batucadeiras do Terrero dos Órgãos (Emicida/Xuxa Levy)
    Chapa, desde que cê sumiu
    Todo dia alguém pergunta de você
    Onde ele foi? Mudou? Morreu? Casou?
    Tá preso? Se internou? É memo? Por quê?
    Chapa, ontem o sol nem surgiu
    Sua mãe chora, não dá pra esquecer
    Que a dor vem sem boi, sentiu, lutou
    Ê djou, ilesa nada, ela tá presa na de que ainda vai te ver
    Chapa, sua mina sorriu
    Mas era sonho e quando viu acordou deprê
    Levou seu nome pro pastor, rezou, buscou em tudo
    Face, Google, IML, DP (e nada)
    Chapa, dá um salve lá no povo
    Te ver de novo, faz eles reviver
    Os pivetim na rua diz assim: “Ê, tio
    E aquele zica lá que aqui ria cum nóiz, cadê?”
    Chapa, pode pá, tô feliz de te trombá
    Da hora, mas xô fala pu cê
    Isso num se faz, se engana ao crer que ninguém te ama
    E lá todo mundo temendo o pior acontecer
    Chapa, então fica assim, jura pra mim
    Que foi, agora tudo vai se resolver
    Já serve, volto com meu peito leve, até breve
    Eu quero ver sua família feliz no rolê

    REFRÃO
    Mal posso esperar
    O dia de ver você voltando pra gente
    Sua voz avisar, o portão bater
    Acende um riso contente
    Vai ser tão bom
    Tipo São João
    Vai ser tão bom
    Que nem Réveillon
    Vai ser tão bom
    Cosme e Damião
    Vai ser tão bom
    Bom, bom, bom, bom

    Chapa, desde que cê sumiu
    Todo dia alguém pergunta de você
    Onde ele foi? Mudou? Morreu? Casou?
    Tá preso? Se internou? É memo? Por quê?
    Chapa, ontem o sol nem surgiu,
    Sua mãe chora, não dá pra esquecer
    Que a dor vem sem boi, sentiu, lutou
    Ê djou, ilesa nada, ela tá presa na de que ainda vai te ver
    Chapa, sua mina sorriu
    Mas era sonho e quando viu acordou deprê
    Levou seu nome pro pastor, rezou, buscou em tudo
    Face, Google, IML, DP (e nada)
    Chapa, dá um salve lá no povo
    Te ver de novo, faz eles reviver
    Os pivetim na rua diz assim: “ê tio
    E aquele zica lá, que aqui ria cum nóiz, cadê?”
    Chapa, pode pá, tô feliz de te trombá
    Da hora, mas xô fala pu cê
    Isso num se faz, se engana ao crer que ninguém te ama
    E lá todo mundo temendo o pior acontecer
    Chapa, então fica assim, jura pra mim
    Que isso foi agora tudo vai se resolver
    Vô mentir pu cê não, meu
    Às vezes eu acho de bobeira um retrato lá em casa
    O olho num aguenta, não, enche de água

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participações Especiais: Batucadeiras do Terrero dos Órgãos
    Arranjador: Xuxa Levy
    Violão e cavaco: Kaku Alves
    Bateria e Dikanza: Ndu Carlos
    Coro e palmas: Batucadeiras do Terrero dos Órgãos
    Programações: Emicida e Xuxa Levy
    Percussão: Emicida
    Flautas, teclados e piano rhodes: Xuxa Levy

    Gravado no Kapital Estúdios (Cabo Verde) e Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani
  10. Boa Esperança| letraPart. J.Ghetto (Emicida/Nave)
    REFRÃO
    Por mais que você corra, irmão
    Pra sua guerra vão nem se lixar
    Esse é o xis da questão
    Já viu eles chorar pela cor do orixá?
    E os camburão o que são?
    Negreiros a retraficar
    Favela ainda é senzala, jão
    Bomba-relógio prestes a estourar

    O tempero do lar foi lágrima de preto
    Papo reto, como esqueletos, de outro dialeto
    Só desafeto, vida de inseto, imundo
    Indenização? Fama de vagabundo
    Nação sem teto, Angola, Keto, Congo, Soweto
    A cor de Eto’o, maioria nos gueto
    Monstro sequestro, capta tez, rapta
    Violência se adapta, um dia ela volta pu cêis
    Tipo campos de concentração, prantos em vão
    Quis vida digna, estigma, indignação
    O trabalho liberta ou não
    Com essa frase quase que os nazi varre os judeu – extinção
    Depressão no convés
    Há quanto tempo nóiz se fode e tem que rir depois
    Pick Jackass, mistério tipo lago Ness, sério és
    Tema da faculdade em que não pode por os pés
    Vocês sabem, eu sei
    Que até Bin Laden é made in USA
    Tempo doido onde a KKK veste Obey (é quente memo)
    Pode olhar, num falei?
    Nessa equação chata, polícia mata – Plow!
    Médico salva? Não! Por quê? Cor de ladrão
    Desacato, invenção, maldosa intenção
    Cabulosa inversão, jornal, distorção
    Meu sangue na mão dos radical cristão
    Transcendental questão, não choca opinião
    Silêncio e cara no chão, conhece?
    Perseguição se esquece? Tanta agressão enlouquece
    Vence o Datena, com luto e audiência
    Cura baixa escolaridade com auto de resistência
    Pois na era cyber ceis vai ler
    Os livro que roubou nosso passado igual Alzheimer e vai ver
    Que eu faço igual Burkina Faso
    Nóiz quer ser dono do circo
    Cansamos da vida de palhaço
    É tipo Moisés e os hebreu, pés no breu
    Onde o inimigo é quem decide quando ofendeu
    Cê é loko, meu
    No veneno igual água e sódio
    Vai vendo sem custódio
    Aguarde cenas no próximo episódio
    Ceis diz que nosso pau é grande
    Espera até ver nosso ódio

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participação especial: J. Ghetto
    Arranjador: Nave
    Programações: Emicida e Nave
    Samples: Nave

    Gravado no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani
  11. Trabalhadores do Brasil| letra
    Enquanto Zumbi trabalha cortando cana
    Na zona da mata pernambucana
    Olorô-quê
    Vende carne de segunda a segunda
    Ninguém vive aqui com a bunda preta pra cima
    Tá me ouvindo bem?
    Enquanto a gente dança no bico da garrafinha
    Odé trabalha de segurança
    Pega ladrão que não respeita
    Quem ganha o pão que o tição amassou honestamente
    Enquanto Obatalá faz serviço pra muita gente
    Que não levanta um saco de cimento
    Tá me ouvindo bem?
    Enquanto Olorum trabalha como cobrador de ônibus
    Naquele transe infernal de trânsito
    Ossonhê sonha com um novo amor
    Pra ganhar um passe ou dois
    Na praça turbulenta do Pelô
    Fazer sexo oral, anal seja lá com quem for
    Tá me ouvindo bem?
    Enquanto rainha Quelé (rainha Quelé) limpa fossa de banheiro
    Sambongo bungo na lama e isso parece que dá grana
    Porque o povo se junta e aplaude
    Sambongo na merda pulando de cima da ponte
    Tá me ouvindo bem?
    Tá me ouvindo bem?
    Tá me ouvindo bem, hein, hein, hein, hein?
    Hein seu branco safado?
    Ninguém aqui é escravo de ninguém

    Ficha técnica
    Voz: Marcelino Freire
    Gravado no Villa Studio por Caio Teaser
  12. Mandume| letraPart. Drik Barbosa,Rico Dalasam, Amiri, Raphão Alaafin, Muzzike (Emicida/Rafael Tudesco/Drik Barbosa/Rico Dalasam/Amiri/Raphão Alaafin/Muzzike)
    REFRÃO
    Eles querem que alguém que vem de onde nóiz vem
    seja mais humilde, baixe a cabeça
    nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu.. quero é que eles se (piiiiiiiiiiiii)

    Eles querem que alguém que vem de onde nóiz vem
    seja mais humilde, baixe a cabeça
    nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu.. quero é que eles se (piiiiiiiiiiiii)

    Nu... Nu... Nu... Nu... Nu... Nunca deu nada pra nóiz, carai... carai... carai...
    Nun... Nun... Nunca lembrou de nóiz, carai... carai...
    Nu... Nu... Nu... Nunca deu nada pra nóiz, carai... carai...
    Nun... Nun... Nunca lembrou de nóiz, ca... ca... carai... carai...

    [Drik Barbosa]
    Sou tempestade, mas entrei na mente tipo Jean Grey, xinguei
    Quem diz que mina não pode ser sensei
    Ginguei, sim, sei, desde a Santa Cruz
    Playboys deixei em choque
    Tipo Racionais, Hey Boy
    Tanta ofensa, luta intensa, nega minha presença
    Chega! Sou voz das nega que integra resistência
    Truta, rima, conduta, surta, escuta, vai vendo
    Tempo das mulher fruta, eu vim, menina veneno
    Sistema é falha, gasta, arrasta as Cláudia que não raia
    Basta de Globeleza, fi-fi firmeza? Mo faya!
    Odé, rima pesada, vasta, eu falo memo igual Tim Maia
    Devasta esses otário, tipo calendário Maia
    Feminismo das preta bate forte, mó treta
    Tanto que hoje ceis vão sair com medo de bu****!!
    Drik Barbosa, não se esqueça
    Se os outro é de tirar o chapéu, nóiz é de rancar a cabeça!

    [Amiri]
    Mas mano, sem identidade somos objetos da história
    que endeusa “herói”, forja, esconde os retos da história
    Apropriação há eras, desses tá repleto na história
    mas nem por isso que eu defeco na escória, hã!
    Pensa que não vi? Eu senti a herança de Sundi...
    Ah tá, não morro incomum e pra variar, herdeiro de Zumbi
    Segura o boom, fi, é um i, é dois i, é três i, quatro não importa
    Já que querem eu cego, eu tô pra ver um daqui sucumbir (não)
    Pela honra vinha, Man...dume: tire a mão da minha mãe!
    Farejam medo? Vão ter que ter mais faro, esse é o valor dos reais “caros”
    Ao chamados do alimamo: Nkosi Sikelel’, mano
    Só sente quem teve banzo (entendeu?), eu não consigo ser mais claro
    Olha pra onde os do gueto vão, pela dedução de quem quer redução
    Respeito, não vão ter por mim? Protagonista, ele é preto, sim, pelo gueto vim
    Mostra o que difere, não é genital ou “macaco!” que fere, é igual me jogar ao lobos, eu saio de lá vendendo colar de dente e casaco de pele!

    [Rico Dalasam]
    Memes de negro é
    Me inspiram a querer ter um rifle,
    Memes de branco é
    Não trarão de volta Yan, Gamba e Big
    Arranca meu dente no alicate, mas não vou ser mascote
    de quem azeda a marmita
    Sou fogo no seu chicote enquanto a opção for morte
    pra manter a ideia viva
    Domado eu não vivo, não quero seu crivo e ver minha mãe jogar rosas
    Sou cravo vivido entre os espinhos, treinado com as pragas da horta
    Pior que eu já morri tantas antes de você me encher de bala, não marca nossa alma, sorri Brilhar é resistir nesse campo de fardas

    (Cê é loko hein, cachoeira!)

    REFRÃO

    [Muzzike]
    Ponha meu símbolo, guarda meu manto que eu vou subir como rei
    Ceis vive da minha cicatriz, tô pra ver sangrar o que eu sangrei
    Com a mente a milhão, livre como Kunta Kinte vou ser o que quiser
    Tá pra nascer o playboy pra entender o que foi ter as correntes no pé
    Falsos quanto Kleber Aran os vazio abraça
    La revolución tucana hip hop reaça
    Doce na boca, lança-perfume na mão, manda o mundo se fuder
    São os nóia da Faria Lima, jão, é a Cracolândia, blasé
    Jesus de polo listrada no corre, corte de degradê
    Descola o posto do 2Pac que ceis nunca vão ser
    Original favela golden era rua no mic
    Hoje os boy paga de drão, ontem nóiz tomava seus Nike (vai, vai, vai!!!!)
    Os vira-lata de vila e os pitbull de portão
    Muzzike, filho de faxineira, passo o rodo nesses cuzão
    Ando com a morte no bolso, espinho no meu coração
    As iena tão rindo de que se o rei da savana é o leão


    [Raphão Alaafin]
    Cantar pra saudar, nego
    Seu rei chegou sim
    Alaafin, vim de Oyó Xangô
    Daqui de Mali pra Cuando
    De yorubá ao bantu
    Não temos papa
    Nem na língua nem em escrita sagrada
    Não, não na minha gestão, chapa
    Abaixa sua lança faca
    Espingarda faiada
    Meia-volta na barca, Europa se prostra
    Sem ideia torta, no rap vou na frente da tropa
    Sem eucarística no meu cântico
    Me vêem na Bahia em pé, dão ré no Atlântico
    Tentar nos derrubar é secular
    Hoje chegam pelas avenidas, mas já vieram pelo mar
    Oyá, todos temos a bússola de um bom lugar
    Uns apontam pra Lisboa, eu busco Omongwa
    Se a mente daqui pra frente é inimiga
    O coração diz que que não está errado, então siga

    [Emicida]
    Dores em loop-cínio, os cu diz “símio - o que”
    Ao ver, um Simonal que ceis num vai fuder
    Grande tipo Ron Mueck, morô, muleque? Zé do Caroço
    Quer Photoshop melhor que dinheiro no bolso
    Vendo os rap vender igual coca, fato
    Não, não, melhor, entre nóiz num tem cabeça de rato
    Brasil, exterior, capital, interior
    Vai ver nóiz, gargalhando com peito cheio de rancor
    Como prever que freestyles vários
    Necessários, iam me dar uma coleção de Miley Cyrus
    Misturei Marley, Cairo, Harley e pairou firmeza
    Tipo Mario, entrei pelo cano, mas levei as princesa
    Várias diz, num sou santo, ímã de inveja é banto

    Fui na Xuxa pra ver o que fazer se alguém menor te escreve tanto
    Tô pelo adianto, e as favela entendeu
    Considere, se a miséria é foda, chapa, imagina eu
    Scorsese, minha tese, não teme, não deve, tão breve
    As vitórias do gueto
    Luz pra quem serve, na trama, conhece os louro da fama
    Ok, agora olha os preto
    Chama

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida
    Participações especiais: Drik Barbosa/Rico Dalasam/Amiri/Raphão Alaafin/Muzzike
    Arranjador: Rafael Tudesco
    Coro incidental: Fattú Djakité
    Percussão: Ndu Carlos, Carlos Café e Julio César
    Programações: Rafael Tudesco e Emicida
    Samples: Rafael Tudesco
    Voz (criança): Raul Ferreira

    Gravado no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani e Kapital Estúdios (Cabo Verde)
  13. Madagascar| letra(Emicida/Xuxa Levy)
    REFRÃO
    Noites de Madagascar
    Quantas estrelas vi ali e seu olhar
    Coisas com as quais posso me acostumar
    Facim, posso me acostumar facim
    Céu azul, verde mar, pássaros, pássaros
    Pássaros a cantar, são coisas com as quais
    Posso me acostumar, facim
    Posso me acostumar, facim

    A vida num passe, filme noir, sensual classe Renoir
    Como se dançassem, folhas, ondas e a beleza perfuma o ar
    Nesse mundão de Oduduwa, ah, ah da pele à flor
    Deus nos acuda, Pablo Neruda, bem, são Cem Sonetos de Amor
    Soltos, versos de Mia Couto onde eu ria outro e os sons combinam
    Ensinam como beijos bons nunca terminam, é surreal
    Como machuca a mim quem te quer mal, sim fere, real
    Aos carinhos do vento a gente se espreguiça
    Com todo tempo a favor da nossa preguiça
    Se a dor é cacto, façamos um pacto, já que tu curte um plano
    Deixa a espuma dançar no pés que ela leva todo o revés
    Eu amo as...

    REFRÃO

    E quando o sol dorme, dorme
    A gente faz amor, so especial for me
    (for me) pólen, flor
    Que o tempo se torne (torne) onde for
    Em algum enorme (enorme) choque esplendor
    Tipo patuá, rindo pra zuá, vim do mafuá
    Onde chaga, tortura pick uma adaga perfura
    Dura, me afaga candura vossa
    Nem sei se é minha cura ou nossa
    É mão, é cintura, é força, resulta em mistura
    Abraços que quase sufocam, sentimentos plow! Igual pipoca
    Ok? Entendeu sua loca?
    Tantos carinhos, quantos caminhos até chegar em sua boca
    Numa aurora reluzente, outras vidas, outras frentes
    Tipo o céu e mar, desencontra mas se tromba lá na frente
    Eu amo as...

    REFRÃO

    Ficha técnica
    Voz: Emicida e Fattú Djakité
    Arranjador: Xuxa Levy
    Violão: Kaku Alves
    Baixo: Robinho Tavares
    Percussão: Ndu Carlos
    Beats/Scratches: Dj Nyack
    Programações: Emicida e Xuxa Levy
    Coro: Jonas Paulo e Fattú Djakité
    Piano rhodes, teclados e efeitos especiais: Xuxa Levy

    Gravado no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani e no Kapital Estúdios.
  14. Salve Black “Estilo Livre”| letra(Emicida/Xuxa Levy)
    REFRÃO
    A vida levou cada um de nóiz
    pra um canto, tormento, espalha como estrela a sós
    Folhas ao vento, eis que tanto tempo após, quatro elementos
    Minha família, meu povo, parceria cem por cento

    Uuuuh, uh uh uh! Uuuuuuuuuh!!!
    Uuuuh, uh uh uh! Uuuuuuuuuh!!!
    Uuuuh, uh uh uh! Uuuuuuuuuh!!!
    Uuuuh, uh uh uh! Uuuuuuuuuh!!!

    [Nego Doido]
    Salve, black, aí a ruologia pura está na casa
    Lembrando a todos vocês, leste, oeste, norte e sul do nosso Brasil
    Segura, negão! Cumprimenta o seu irmão que tá do seu lado
    Ceis tão tudo aliado, o rap nacional nos fortalece
    A gente conhece, foi um pra cada lado, um mano foi pra um lado
    o outro foi resolver os seus problemas e olha só o resultado
    Nos encontramos! Aê, Emicida Leandro (Salve!)
    O Nego Doido mandando um som

    [Emicida]
    Calmo como as neblina de manhã
    Roots, studio one na lida
    Vô tocando minha vida e pã
    Monstro pick Fernando Alonso
    Eu ainda tô na corrida
    Venho das casinha singela
    Vilinha, favela
    Tem que ter suingue
    pra tocar nas panela
    Ouvindo Ella Fitzgerald, bela, viu
    Numa rotina de dar orgulho na Bela Gil
    É o terror, tipo Alligator
    Nesses rap aí que planta semente terminator
    Pode colar, mas se arrastar num deixo
    Ceis que ligue pro Yudi e vão jogar Playstation
    Brigado, Cabo Verde, as mina, os cara
    Obrigado, Angola, brilhou joia rara
    Inda tamo naquela, hip hop não para
    O mundo tá doente, eu mando a rima que sara
    Sara e pá, tipo saravá, firmão?
    Isaque, Carlos, chapa quente irmão
    Rei da diamba, aê, satisfação
    Pode pá, num esqueci, não
    É igual Lakers, Tico, Vinicius, Djose
    Zala, Fióti, comigo desde o início
    Eu disse que melhores dias viriam
    Que corações novos sintonizariam
    Entre leis que avariam, pessimamente avaliam
    A pureza do coração do sujeito
    Se o ódio burro é moda hoje em dia
    Eu vim pra ser o amor inteligente a dizer “vê direito”
    Tendeu? Salve, Ni Brisant, salve, Renan Inquérito
    Salve, Rodrigo Ciríaco, salve, Sérgio Vaz
    A rua é nóiz
    Paz

    REFRÃO

    [Nego Doido]
    Lembrando também dos verdadeiros, os marginais
    que estão às margens da sociedade, da periferia
    Que essa humildade, se organizar e chegar na cultura única que nós temos
    Nós mesmo temos que se conscientizar, se organizar
    Se cadeia está organizada, a rua também tá
    Muito obrigado, deixo esse abraço, um mano axé
    a todos negrão de cor, assim que é
    Os verdadeiro, os maloqueiros, os pichador
    Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador
    Aí, negrão, aqui é periferia! Muito obrigado
    Um abraço a todos, axé



    Ficha técnica
    Voz: Emicida e Nego Doido
    Arranjador: Xuxa Levy
    Coro e Palmas: Lakers e Pá, Djose, Alejandra Luciani, Ênio César, Manno G, Xuxa Levy e Emicida.
    Scratches: Dj Nyack
    Piano e programações: Xuxa Levy
    Pandeiro: Carlos Café
    Percussão: João Morgado e Yaniki
    Bateria: Joel Inga
    Guitarra: Texas
    Baixo: Mayó Bass

    Gravado no Mixnova estúdio com Maurício Cersosimo e Alejandra Luciani e no Estudio Letras e Sons por Valdemar Vilela

Vídeos

Ficha técnica

Uma produção Laboratório Fantasma, dirigida por Evandro Fióti e Emicida

Todas as faixas foram mixadas por Maurício Cersósimo com assistência de Alejandra Luciani no estúdio Mixnova e masterizadas por Tony Dawsey no estúdio Masterdisk, em Nova York.

Projeto idealizado por: Evandro Fióti, Emicida e Renata Almeida

Produção musical: Xuxa Levy

Coprodução: Emicida

Direção visual: Adriel Nunes

Ilustrações: Black Madre Atelier